Tempo de leitura estimado: 7 minutos.

Depois de mais de 20 anos, a espera finalmente acabou!
Com um desenvolvimento conturbado, trocas de estúdio, atrasos e polêmicas, chega às nossas mãos o tão aguardado Vampire: The Masquerade – Bloodlines 2. Desenvolvido pela The Chinese Room, o título marca o retorno de uma das franquias mais cultuadas pelos fãs do World of Darkness, resgatando a atmosfera sombria, política e brutal que define esse universo tão amado.


Início de uma nova história. Seattle que aguarde!

Diferente do primeiro Bloodlines, aqui não encarnamos um neófito recém-criado. Em Bloodlines 2, nossa jornada começa com poder, responsabilidade e séculos de existência: jogamos como Phyre, um ancião de mais de 400 anos que desperta de um torpor de mais de um século.

Phyre acorda em Seattle com uma marca misteriosa selando parte de seus poderes — e, mais estranho ainda, com um Malkaviano chamado Fabien habitando sua mente.
Fabien atua como uma espécie de detetive interno: conhece NPCs, segredos e conspirações da cidade.
Phyre, por outro lado, domina o combate e a brutalidade. Essa dualidade entre lucidez fragmentada e força esmagadora torna a narrativa especialmente envolvente.

Seattle é apresentada como um palco vivo de intrigas vampíricas, cada distrito carregado de política, corrupção e perigos.


História do jogo, clãs e facções de Seattle

Depois de mais de um século em torpor, Phyre desperta confuso, sedento e limitado pela misteriosa marca gravada em seu braço. É Fabien quem o guia na compreensão desse novo século e dessa Seattle transformada.

Logo no início, surge a decisão mais importante da build: a escolha do clã.

Clãs disponíveis

  • Banu Haqim – furtividade e precisão cirúrgica
  • Brujah – força bruta e combate explosivo
  • Toreador – charme, carisma e manipulação
  • Ventrue – aristocracia, influência e dominação
  • Tremere – magia do sangue e ritualismo
  • Lasombra – manipulação das sombras e autoridade cruel

Cada clã oferece disciplinas únicas que moldam seu estilo de jogo — podendo focar combate, infiltração ou manipulação mental.


Personalização do personagem

Apesar de jogarmos um personagem predefinido, Bloodlines 2 ainda oferece opções sólidas de personalização visual.
Podemos ajustar gênero, rosto, roupas, cabelos, maquiagem e detalhes estéticos, criando variações únicas de Phyre. Não é um criador profundo como em RPGs tradicionais, mas funciona muito bem e reforça a ideia de um ancião adaptando-se ao novo século após despertar.
Combinada com a escolha do clã, essa personalização dá personalidade e identidade a cada run. Além disso, os NPC’s irão variar os diálogos conforme a vestimenta escolhida. Nada tão impactante, mas que pode ajudar em alguns momentos. Não há tantas opções de personalização das roupas, mas é possível troca-las a qualquer momento. Todas são adquiríveis apenas completando missões e desbloqueando disciplinas.


A história avança: Seattle e suas facções

Com o clã escolhido, a trama se desenvolve de fato. Logo encontramos Benny Muldoon, o Xerife de Seattle — um Brujah de pavio curtíssimo responsável por aplicar as leis vampíricas. Ele está caçando thin-bloods, vampiros recém-criados e abandonados que ameaçam a Máscara.

A partir daí Seattle se abre como um grande tabuleiro político, dividido principalmente entre:

A Corte da Camarilla

(inclui Príncipe, Senescal, Xerife, Harpia e demais cargos tradicionais)
Esses NPCs representam o poder estruturado e conservador do Mundo das Trevas.

Os Anarquistas

Focados em independência, ruptura e liberdade vampírica.
Com personagens fortes, ideológicos e prontos para confrontar a Camarilla quando necessário.

Cada facção tem seus próprios objetivos, líderes marcantes e métodos questionáveis, conduzindo Phyre entre alianças, manipulações e traições possíveis — tudo sem spoilers, claro.


Gráficos e direção de arte

A direção de arte é excelente: Seattle é sombria, chuvosa, neon, decadente e viva — perfeita para o WoD.
Os gráficos são competentes, porém não revolucionários.
Modelos faciais poderiam ter mais polimento, mas o design dos cenários compensa muito.


Trilha sonora e áudio

Um dos grandes destaques do jogo.
A trilha equilibra tensão, melancolia, mistério e urbano-noturno.
A dublagem é impecável — Fabien especialmente brilha a cada fala.
A ambientação sonora é rica e fortalece a imersão.


Acessibilidade

O jogo oferece:

  • legendas grandes e ajustáveis
  • opções de contraste
  • navegação de menus acessível
  • ajustes de movimento e combate

Ainda poderia ter mais recursos modernos, mas o básico é bem implementado.


O jogo, o card game e as homenagens

A Paradox tem feito algo fantástico integrando Bloodlines 2 ao card game oficial Vampire: The Eternal Struggle.
Em apresentação de Ben Peal, foi revelado que personagens de Shadows of New York e Coteries of New York aparecerão em futuras coleções de VTES — e é bem provável que personagens de Bloodlines 2 também apareçam.

Isso seria incrível:
permitiria ver esses personagens em ação no card game e até descobrir, de forma definitiva, a qual clã Phyre pertence.

Para 2025, duas edições especiais foram anunciadas:

  • Vampiros do Brasil
  • Nova York (com personagens dos jogos narrativos)

E uma homenagem emocionou toda a comunidade:
as artes dos vampiros brasileiros serão feitas com base em pessoas da comunidade VTES que faleceram durante a pandemia, eternizando-as dentro do jogo.


Minhas considerações (de jogador para jogador)

Depois de finalizar o jogo duas vezes no Xbox Series S (Brujah e Lasombra) e iniciar a terceira de banu Haquim, posso dizer:

Bloodlines 2 é um bom jogo.
Ele está sendo criticado porque muitos esperavam Bloodlines 1 — e ele não tenta ser isso.

E ainda bem.

A proposta é outra:
viver o poder de um ancião, não o crescimento de um neófito.

Cada jogada foi completamente diferente:

  • escolhas
  • facções
  • finais
  • poderes
  • rumos narrativos

Já vi dois finais caóticos e estou caçando um terceiro totalmente diferente.


A parte chata (e que precisa melhorar)

Agora a crítica necessária:

O jogo te obriga a recomeçar do zero.
Não há saves múltiplos.
Zero replay flexível.

Quando você termina o jogo:
➡️ todo o progresso é sobrescrito.

Isso é frustrante porque:

  • são 6 clãs
  • 6 finais possíveis
  • Phyre pode aprender disciplinas de todos os clãs
  • mas não dá pra pegar tudo em uma jogada

Mesmo fazendo todas as sidequests, cheguei a pouco mais da metade das disciplinas.

E quando entra na batalha final:
➡️ não dá para voltar à cidade para terminar nada.

Faltou:

  • New Game+
  • missões extras
  • liberdade pós-jogo

Tomara que chegue em futuras atualizações.

Joguem ele não chega a ser um jogo excelente, mas está longe de ser mediocre como muitos falaram. É um jogo para você que gosta do nicho de vampiro e está atualizado com a quinta edição do Vampiro a mascara. Mesmo que você não conheça nada do universo, pode jogar tranquilão, pois o jogo está cheio de leituras in-game que explicam tudo que ali aparece. Espero que gostem, O jogo está disponivel para PS5, PC e XBOX.

Vampire Bloodlines 2

Vampire: The Masquerade – Bloodlines 2 é um jogo regular em termos gerais, com história, ambientação e trilha sonora acima do esperado. No entanto, ele peca no quesito gráfico e na jogabilidade. Algumas mecânicas envolvendo disciplinas deixam o jogo travado e, em certos momentos, repetitivo.
Não é um jogo ruim, mas poderia melhorar bastante.
Talvez esses problemas sejam resolvidos em, mas não no jogo principal, e sim nas DLCs já anunciadas. Em uma delas jogaremos com o Xerife Benny, e em outra teremos uma campanha protagonizada pela Toreador Ysabella. (Falarei dessas DLCs em um artigo separado).
8.2 /10
Jogabilidade 8.0
Gráficos 7.0
História 10.0
Trilha Sonora 9.0
Duração 7.0

Autor

  • Pai, Jogador e professor.
    Amante de jogos de luta e Card games. Iniciei minha história em arcade quando criança e sigo jogando até os dias atuais.

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