Em um mercado saturado de apocalipses e mortos-vivos, Ultimate Zombie Defense tenta provar que ainda há vida (ou o que restou dela) no gênero. Combinando o caos de um shooter top-down com a estratégia meticulosa de um tower defense, o jogo da Terror Dog Studio aposta em ritmo, planejamento e explosões para se destacar, e até consegue, mas tropeça feio em um detalhe que, ironicamente, deveria ser o mais instintivo de todos: mirar.

| Pontos Importantes

  • Sistema de construção profundo que transforma o caos em estratégia, permitindo criar defesas engenhosas e satisfatórias
  • Arsenal variado e progressão sólida com classes e perks que realmente incentivam a rejogabilidade
  • Otimização competente no Xbox Series X|S, entregando desempenho fluido e visual estável mesmo em meio ao pandemônio
  • Falta do modo co-op e controles de mira mal adaptados que sabotam a fluidez e frustram o jogador em momentos críticos
  • Repetitividade natural do gênero e poucos mapas, que acabam drenando o fôlego de um jogo que poderia durar bem mais.

| Resumo

Ultimate Zombie Defense é aquele tipo de jogo que entende o próprio DNA: simples, direto e caótico na medida certa. Ele não tenta reinventar o gênero, apenas entregar uma mistura eficiente entre tiro e tática — e faz isso com uma honestidade rara. Há prazer genuíno em construir defesas, ajustar cada torre, posicionar armadilhas e depois assistir o caos tomar conta da tela. A fluidez das rodadas e a variedade de armas e personagens criam um ciclo viciante de tentativa e erro que lembra por que ainda gostamos de jogos de sobrevivência.

O problema é que, quando tudo parece funcionar, o controle te puxa de volta pra realidade. A mira travada no Xbox é o tipo de erro que não deveria existir, ainda mais num jogo onde a precisão é vital. Some a isso a ausência do co-op e os poucos mapas, e o que era uma experiência sólida se torna um pouco limitada. Mesmo assim, há algo de cativante em ver o mundo desabar ao seu redor enquanto você segura a linha sozinho. Ultimate Zombie Defense é imperfeito, mas entrega o essencial: aquele gosto agridoce de vitória depois de sobreviver ao impossível — por mais que o analógico insista em te matar antes dos zumbis.

| Trailer

| Jogabilidade

A jogabilidade de Ultimate Zombie Defense é um curioso exercício de contraste entre ordem e caos. Por um lado, o jogo te coloca no olho do furacão: hordas de zumbis surgem de todos os lados, o som das armas cobre qualquer pensamento racional, e cada rodada é um teste de reflexo e improviso. Por outro, ele te obriga a pensar, a planejar, a respirar entre uma onda e outra — um convite quase paradoxal para organizar o caos. É nesse intervalo, entre a destruição e o silêncio, que o jogo encontra seu ponto de equilíbrio.

O sistema de construção é o coração dessa dinâmica. Há algo quase metódico em posicionar barricadas, alinhar torres automáticas e montar armadilhas como se cada item fosse uma peça de xadrez. O jogador vira engenheiro, estrategista e sobrevivente ao mesmo tempo. E o mais interessante é como o jogo recompensa esse ciclo: cada erro custa caro, cada acerto se traduz em segundos a mais de vida. Não é apenas sobre atirar; é sobre resistir, entender o terreno e aprender a transformar desespero em estrutura.

Mas esse ritmo — tão bem construído — desaba quando o controle decide trair o jogador. A mira no Xbox é o ponto fraco de uma engrenagem que, até ali, parecia bem ajustada. Em vez de fluir com o instinto, o analógico luta contra você, tornando cada disparo um ato de frustração. E é aí que o jogo mostra seu limite: não na dificuldade das ondas, mas na dificuldade de fazer o básico funcionar.

No fim, Ultimate Zombie Defense entrega uma jogabilidade que poderia ser exemplar — se a execução acompanhasse a intenção. Ele entende o que quer ser: um híbrido entre ação bruta e estratégia minuciosa. E, quando esses dois lados se alinham, o resultado é genuinamente divertido. Pena que, no Xbox, o campo de batalha não é contra os zumbis — é contra o próprio controle.

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| Arte/Gráfica

O aspecto visual de Ultimate Zombie Defense cumpre seu papel sem se esforçar para ser memorável. O estilo militar-realista transmite a seriedade do apocalipse zumbi, mas não se destaca em meio a tantos jogos que já exploraram o mesmo território. Os cenários funcionam como arena de combate, e os zumbis básicos cumprem seu papel sem chamar atenção. No entanto, quando o jogo decide ousar — como nas batalhas contra chefes ou em mapas com layouts variados, como pontes ou cidades evacuadas —, a composição visual se mostra estratégica: cada detalhe do mapa influencia a construção das defesas e a maneira de encarar as ondas.

Um dos pontos que mais impressiona é o uso do modo slow-motion, que transforma momentos de destruição em espetáculo. Explosões, tiros e hordas em câmera lenta conferem peso à ação, dando ao jogador a sensação de estar no controle de um caos coreografado. Somado a isso, a otimização no Xbox Series X|S garante fluidez e estabilidade, mesmo nas sequências mais intensas, o que ajuda a manter a imersão. No fim, o visual de Ultimate Zombie Defense não é revolucionário, mas sabe quando e como brilhar, equilibrando funcionalidade, clareza e momentos de pura espetacularidade.

| Música/Som

O comparto sonoro de Ultimate Zombie Defense cumpre um papel essencial: transformar cada onda de zumbis em uma experiência visceral. A trilha sonora, com riffs pesados de guitarra, não está ali para ser contemplativa; está ali para empurrar o jogador para frente, intensificar a ação e reforçar a sensação de urgência que define cada rodada. Ela lembra a energia de clássicos como Doom, mas sem copiar, apenas evocando aquele impulso quase instintivo de atirar primeiro e pensar depois.

Além da música, os efeitos sonoros desempenham um papel silenciosamente estratégico. Cada disparo, explosão e grito de zumbi adiciona textura à ação, ajudando o jogador a interpretar o ambiente e a reagir rapidamente. Os sons das armas variam de acordo com a potência e a cadência, enquanto os urros dos mortos-vivos sinalizam perigo e antecipam a invasão de novas hordas. É um trabalho discreto, mas eficaz: o áudio não se limita a ambientar, ele guia, pressiona e mantém o ritmo do jogo em alta tensão, reforçando a sensação de que, em Ultimate Zombie Defense, cada segundo importa.

| Acessibilidade

A configuração de Ultimate Zombie Defense é, no mínimo, básica. O jogador encontra opções limitadas para ajustar áudio e jogabilidade, e pouco mais além disso. Não há menus elaborados, sliders detalhados ou alternativas que permitam moldar a experiência de forma mais pessoal. Essa simplicidade até pode agradar quem prefere entrar no jogo e começar a atirar sem se preocupar com ajustes, mas deixa a desejar quando se pensa em conforto e flexibilidade.

O ponto mais crítico é a falta total de recursos de acessibilidade. Não há opções para daltonismo, legendas detalhadas, ajustes de interface ou suporte a controles alternativos. Para quem depende desses recursos, ou mesmo para jogadores que gostam de personalizar controles e respostas do jogo, isso se torna um limite real, transformando o que poderia ser uma experiência fluida e inclusiva em algo restritivo. Em resumo, Ultimate Zombie Defense entrega ação e estratégia, mas ignora a necessidade de tornar essa experiência acessível a todos — um detalhe que pesa mais do que se imagina, especialmente em um jogo que exige reflexo, precisão e atenção constante.

| Considerações Finais

Ultimate Zombie Defense é um jogo que tenta equilibrar o caos do combate contra hordas de zumbis com a estratégia meticulosa de construção de defesas. O sistema de base-building é o verdadeiro coração do jogo, permitindo criar barricadas, torres e armadilhas que transformam cada rodada em um quebra-cabeça tático. Entre ação frenética e momentos de planejamento, o título oferece uma sensação de ritmo e propósito, recompensando escolhas cuidadosas e a capacidade de improvisar sob pressão. O arsenal variado, os upgrades, os perks e as oito classes com progressão própria aumentam a rejogabilidade e dão margem para diferentes estilos de abordagem, mantendo a experiência fresca por várias sessões.

Visualmente, o jogo é funcional, com um estilo militar-realista que cumpre seu papel sem impressionar, embora momentos como o slow-motion elevem a sensação de destruição e caos. No comparto sonoro, riffs de guitarra e efeitos bem posicionados intensificam a ação e ajudam a guiar o jogador durante as hordas. A otimização no Xbox Series X|S garante fluidez e estabilidade, mas a experiência sofre com controles de mira mal adaptados, ausência de co-op e poucas opções de mapas. Além disso, o jogo apresenta configurações básicas e nenhuma opção de acessibilidade, limitando ajustes de áudio, jogabilidade e personalização.

Em termos de diversão, Ultimate Zombie Defense entrega intensidade, estratégia e momentos de pura adrenalina, mas é prejudicado por escolhas de porting e limitações técnicas. Para fãs de shooters top-down e defesa de torre, ainda assim, é uma experiência sólida e recompensadora: desafiante, tática e divertida, mesmo que precise lidar com pequenas frustrações. No final, o jogo confirma que é possível criar caos organizado, mas reforça que detalhes de execução — como mira e acessibilidade — podem ser a diferença entre diversão fluida e frustração ocasional.

| AVALIAÇÃO

História:
Visual:
Áudio:
Jogabilidade:
Diversão:

| OUTROS DETALHES

VISUALTop-down
MODO DE JOGOSingle-Player
CONQUISTAS10 conquistas
TIPOAção
PLATAFORMASXbox, Pc

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Autor

  • Gamer por paixão, programador de profissão, tenta manter de pé o site com sangue e suor, passa a maior parte do dia lidando com codigos e o que resta divide entre família, jogos e postar alguma coisa sem sentido no blog em idioma estranho, sou importado aqui... Joga tudo desde FPS até walking simulator, mas os quebra-cabeças são a sua paixão.

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