Terminal 81 – Análise do jogo

Vamos arregaçar as mangas e encarar o desafio de sermos independentes, deixar uma pequena cidadezinha de lado e viver em um bairro numa cidade grande como São Paulo, o que pode dar errado? Se o bairro em questão for o Terminal 81, simplesmente tudo pode dar errado.

Terminal 81 traz um game de ação e aventura, com doses generosas de terror psicológico, mistérios e simulação (de CLT), tudo isso embalado em gráficos nostálgicos que remetem ao PS2/Xbox clássico e um fato interessante, é uma game 100% BR. Vamos pegar o primeiro ônibus e seguir para o Terminal 81!!!

| TRAILER

| ENREDO

O ano é 2008, auge da crise econômica que assolava o mundo, desemprego nas alturas, inflação… E no meio desse turbilhão somos apresentados a nossa personagem principal: Lorena, uma jovem de uma cidadezinha do interior que se vê na obrigação de encarar a crise e se tornar independente.

Lorena recebe uma proposta irrecusável para trabalhar num supermercado situado em um bairro fictício de São Paulo, chamado Terminal 81. Mesmo com as desconfianças de sua mãe, Lorena não desisti e segue em frente com seu plano, mudar-se para a cidade grande, trabalhar nesse supermercado, levantar uma grana e após alguns meses retornar. É aí que tudo começa, ao chegarmos num velho apartamento já somos interrogados pelo proprietário “você vai ficar muito tempo no Terminal 81?”

No decorrer do game descobrimos que o Terminal 81 é um antigo bairro industrial e assim como vários outros bairros de grandes metrópoles, é assolado pela violência, crimes, sujeira, pobreza… Mas, além disse tudo, os recentes desaparecimentos repentinos de jovens garotas intriga a população, sendo que uma delas trabalhava exatamente no supermercado onde iremos trabalhar.

O game é altamente explicativo, os diálogos com os NPCs são diversos e explicam bastante da história e dos acontecimentos ocorridos recentemente, sendo assim, me aprofundar demais na história, escrevendo aqui para vocês, poderia tirar a graça da sua gameplay, então paramos por aqui em relação ao enredo.

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| JOGABILIDADE

O jogo é bem diversificado nos afazeres e mecânicas, pois no decorrer do game além de desvendar os mistérios ainda temos o nosso emprego no supermercado, onde fazemos a rotina de caixa, serviços gerais, o trabalho de segurança, fechamos a loja… enfim, somos literalmente aquele funcionário com claro desvio de função.

No entremeio dos nossos dias de trabalho no supermercado, temos vários locais no bairro para explorarmos e tentar desvendar mais sobre os acontecimentos recentes, locais como praças, lojas, boates, pontos de ônibus, são vários os locais. A interação se faz bastante presente ao explorá-los, para as interações com os NPCs temos opções de respostas para as perguntas e falas.

Mesmo com diversos afazeres e opções de interação com os NPCs, as mecânicas são bem simples em todo o game, então não há muito o que se preocupar. No quesito conquistas o game apresenta 30, todas elas ligadas à história ou a ações específicas em partes do game o que deve levar pouco mais de 10 horas para os 100%.

| IMAGENS

| GRÁFICOS E ARTES

Antes mesmo de falar sobre os aspectos artísticos do game é preciso enaltecer o trabalho incrível que o desenvolvedor David Pateti trouxe para o game. David é um desenvolvedor independente que nos honra com seu trabalho desde 2022 quando lançou seu primeiro game na Steam, chamado “Chacara”, desde então ele trabalha trazendo games com histórias únicas e ambientados no Brasil. Terminal 81 é seu primeiro trabalho que chega ao Xbox e agora esperamos que as demais obras dele chegue também.

Por falar ambientação o game traz uma ambientação tipicamente brasileira, a cidade e os locais que visitamos são reflexos de pequenas cidades e bairros de grandes metrópoles nacionais. Seja do ladrão que tenta roubar o supermercado ao ponto de ônibus com uma pixação falando mal sobre o prefeito, tudo remete à cultura nacional, pequenos detalhes como trocadilhos em nomes ou em falas de NPCs trazem brasilidade ao game. David soube capturar a essência brasileira do dia a dia e colocou essa essência dentro do game. Em cada cantinho há referências nacionais ou referências a memes, basta pouco tempo de gameplay para nos sentirmos familiarizados, é uma sensação rara, talvez única no mundo dos games.

Assim como o David soube capturar a essência brasileira, ele soube também dosar muito bem o mistério, o medo e as incertezas que permeiam a história, ao jogar sempre temos a sensação de que algo inédito irá acontecer, a impressão de que a nossa vida está por um fio e não sabemos o que esperar.

Os gráficos, como dito no início do texto remetem à gráficos de Xbox clássico e PS2, o que não perde em nada, só acrescenta mais charme ao game. O trabalho de áudio do jogo também não desagrada, embora os NPCs não tenham falas (apenas legendas são expostas), a trilha sonora sempre se faz presente e se encaixa com a narrativa. 

| CONSIDERAÇÕES FINAIS

Felizmente a Sometimes You portou o game para o Xbox, é incrível ver o trabalho desenvolvido pelo David Pateti, ele trouxe um game verdadeiramente BR, com uma história envolvente, um mistério presente e um medo constante.

De acordo com o próprio David, o game não receberá DLCs ou grandes atualizações, atualmente ele está trabalhando em um novo projeto, porém, já tem todo o roteiro escrito para um sequência de Terminal 81 e deve começar a trabalhar na sequência assim que o projeto atual for finalizado.

| AVALIAÇÃO

| OUTROS DETALHES