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“Once Upon A Puppet” é aquele tipo de jogo que chega quieto, mas cheio de personalidade. Ele mistura teatro, fantasia e plataforma num pacote que parece ter saído direto de uma oficina de marionetes, e isso é um elogio. Mesmo tropeçando aqui e ali, o jogo entrega algo raro hoje: autenticidade.
| Analise em pontos
- Uma aventura 2.5D que usa o teatro como estética e mecânica.
- Dois protagonistas ligados por um único fio — literalmente.
- Puzzles inteligentes baseados em peso, luz e manipulação de cenário.
- Direção de arte arrebatadora, digna de diorama de luxo.
- Controles às vezes “flutuantes”, causando pequenos incômodos.
Seguiu o fio até aqui? Bora chegar até o final? Continue lendo para desenrolar a meada!
| Um palco esquecido, mas cheio de vida
A narrativa é o coração dessa experiência. Você começa não no brilho do palco principal, mas nas sombras do Understage, o submundo onde tudo que o teatro descarta vai parar. É nesse lugar melancólico, feito de restos de cenários e sonhos quebrados, que a dupla improvável Drev (um boneco aspirante a estrela) e Nieve (uma luva exilada) tenta escapar para encontrar seu lugar ao sol — ou melhor, sob o holofote.
O jogo trabalha essa jornada com sensibilidade, explorando rejeição, autoconfiança e pertencimento de forma leve e encantadora. O resultado lembra Little Nightmares em atmosfera, mas com mais brilho de “conto de fadas”.
| Jogabilidade: criatividade amarrada a um fio
A mecânica central é simples de explicar, mas deliciosa de experimentar: você controla Drev enquanto Nieve age nos bastidores, manipulando luzes, plataformas, contrapesos e objetos. O fio que conecta a dupla é tanto ferramenta quanto risco, você balança, puxa, alavanca… e resolve puzzles usando física e timing.
Mas aqui mora o tropeço. Drev às vezes parece estar pisando em sabão: os movimentos são um pouco imprecisos, o que em puzzles mais exigentes vira motivo de frustração. Não chega a estragar a festa, mas tira o ritmo em momentos importantes.
| Uma obra de teatro dentro da sua TV
Se tem algo que “Once Upon A Puppet” acerta em cheio é a estética. O jogo é lindo no Xbox Series X: texturas de madeira, cordas gastas, cortinas desgastadas, tudo parece palpável.
O uso de profundidade de campo transforma cada fase em uma cena de um diorama vivo. As luzes de palco não iluminam só o cenário; elas contam história. Quando os holofotes acendem, você sente.
| Trilha sonora: espetáculo para os ouvidos
A música entra em cena como parte da narrativa.
Do extravagante ao sombrio, a trilha orquestral se molda ao momento, mantendo o clima teatral sempre no topo. Os efeitos sonoros completam o pacote: rangidos, cordas tensionando, o toque leve dos passos do boneco, tudo contribui para a magia.
| Desempenho: um palco com algumas falhas técnicas
Apesar de ser bonito, o jogo sofre com pequenos problemas de colisão, animações estranhas e um fio que às vezes parece decidir suas próprias regras. Há quedas de framerate esporádicas em cenas mais carregadas, mas nada que destrua a experiência.
| Prós
- Direção de arte deslumbrante, com estética teatral única.
- Iluminação criativa que funciona como parte da jogabilidade.
- Narrativa emocional e personagens cativantes.
- Puzzles inteligentes usando o fio como mecânica central.
- Trilha sonora orquestral que reforça o clima de espetáculo.
| Contras
- Controles de plataforma imprecisos, especialmente em saltos.
- Bugs de colisão e física que podem atrapalhar a imersão.
- Pequenas quedas de framerate em cenas mais carregadas.
- Duração curta para o preço cheio.
| Veredito de quem puxou os fios
“Once Upon A Puppet” é uma joia imperfeita, daquelas encontradas no fundo de um baú de adereços. Ele brilha forte quando usa o teatro como linguagem e conquista com personagens que exalam carisma. Se você curte Puppeteer, Unravel ou qualquer jogo que transforma estética em mecânica, vai se sentir em casa.
Só esteja disposto a perdoar os escorregões técnicos, o espetáculo vale o ingresso.
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