Lançado em 23 de outubro de 2025 para PC, PlayStation 5 e Xbox Series X|S, Tormented Souls 2 chega pelas mãos da desenvolvedora Dual Effect e da publicadora PQube. O jogo marca o retorno de um dos títulos de terror de sobrevivência mais elogiados dos últimos anos — o primeiro Tormented Souls recebeu destaque em premiações como o Golden Joystick Awards e o Indie Cup, sendo lembrado por trazer de volta a essência dos clássicos do gênero.
Nesta continuação, de aproximadamente 43 GB e classificação indicativa de 16 anos, a promessa é clara: reviver o clima de tensão dos velhos survival horrors. A sensação é de revisitar aquele terror clássico que não depende de sustos baratos, mas de atmosfera e risco constante — o tipo de ambiente em que qualquer descuido pode ser fatal, e onde a prevenção (ainda que metafórica) vale ouro.
Mas será que a Dual Effect conseguiu manter o equilíbrio entre nostalgia e evolução, entregando um terror realmente à altura do primeiro?
| Pontos Importantes
- Retorno ao survival horror clássico;
- Puzzles inteligentes e desafiadoras;
- Protagonista com passado marcante;
- Atmosfera densa e visual funcional e;
- Dificuldade ajustável, mas com ressalvas.
| Resumo
Tormented Souls 2 é aquele tipo de jogo que não tenta reinventar o terror de sobrevivência — ele simplesmente o respeita. A sequência traz Caroline Walker de volta, agora mais marcada e determinada, enfrentando novos horrores que colocam o jogador em constante alerta. É uma jornada que recompensa paciência e atenção aos detalhes, onde cada passo em falso pode custar caro, principalmente se faltar luz.
A jogabilidade mantém o espírito dos clássicos, com puzzles desafiadores, exploração densa e combates que exigem precisão. A trilha e os efeitos sonoros reforçam a tensão e o clima de isolamento, enquanto o visual entrega uma atmosfera sombria e eficiente. Mesmo sem grandes inovações, Tormented Souls 2 mostra que o bom e velho terror de sobrevivência ainda tem muito a oferecer — e aqui, qualquer descuido é um risco de acidente que nenhum EPI protege.
| Trailer
| História
Em Tormented Souls 2, Caroline Walker tenta reconstruir sua vida ao lado da irmã Anna, mas estranhos acontecimentos a forçam a agir novamente. Anna começa a ter visões perturbadoras que se manifestam em desenhos inquietantes, e Caroline precisa levá-la até a isolada clínica Villa Hess, no sul do Chile, para tentar ajudá-la — um local que logo se mostra mais misterioso e ameaçador do que parece.
O uso do tapa-olho de Caroline já chama atenção e tem um contexto importante: ele é resultado das experiências anteriores que ela enfrentou no primeiro jogo, onde precisou lidar com situações extremas de terror e acabou encontrando com sua irmã que nem lembrava que tinha. Esses eventos moldaram sua determinação e coragem, explicando como ela está preparada para enfrentar os horrores desta sequência.
Mesmo para quem não jogou o primeiro jogo, a narrativa do segundo permite entender Caroline como uma protagonista com história e motivação claras, despertando curiosidade sobre os desafios que surgem e mantendo o suspense e a tensão desde o início. A pergunta que fica no ar é: até onde Caroline conseguirá ir para ajudar sua irmã e sobreviver aos mistérios que a clínica esconde?
| Jogabilidade
A gameplay de Tormented Souls 2 mantém a essência do survival horror clássico, com câmera fixa e movimentação mais contida, o que na minha opinião já é datado. Confesso que demorei um pouco pra me adaptar, já fazia tempo que não jogava nada com esse estilo de câmera. Mesmo nessa perspectiva tive uma boa experiência e trouxe de volta lembranças dos primeiros Resident Evil da era PlayStation 1, onde cada passo precisava ser pensado.
Aqui, o desafio vai além dos inimigos. Ficar no escuro significa game over, e isso muda completamente a forma de explorar. A luz vira parte da estratégia e da sobrevivência, uma mecânica simples, mas extremamente eficaz em manter o jogador atento.
Outro ponto interessante é a possibilidade de acessar o “outro lado”, uma versão distorcida e macabra do mundo real. Essa alternância de dimensões não é apenas estética: ela altera cenários, abre novos caminhos e é essencial para resolver certos puzzles. Além disso, em alguns momentos, Caroline pode voltar ao passado para modificar eventos que impactam o presente, o que dá ao jogo uma camada extra de complexidade e recompensa quem presta atenção nos detalhes.
E os puzzles… bom, prepare-se. Alguns são realmente desafiadores, daqueles que te fazem andar em círculos até perceber que o item que você carregou o jogo inteiro finalmente tem uma utilidade. Eu, por exemplo, levei um bom tempo pra descobrir pra que servia um simples pedaço de arame que guardei sem saber o motivo. É o tipo de frustração que, quando resolvida, dá aquele prazer de dever cumprido.
No fim, Tormented Souls 2 entrega uma jogabilidade desafiadora, tensa e recompensadora, que resgata com competência o estilo clássico dos survival horror. É um jogo que valoriza a paciência, a atenção aos detalhes e a boa gestão dos recursos — qualidades que fazem a diferença entre sobreviver e ficar no escuro. E aqui, vale lembrar: quando a luz se apaga, o erro não é só fatal… é lição aprendida na marra.
| Arte/Gráfica
Tormented Souls 2 aposta em um estilo visual que serve ao suspense mais do que ao realismo bruto. Os cenários são detalhados e pensados para criar apreensão: iluminação dirigida, sombras marcantes e pontos de luz que guiam. Isso funciona muito bem no papel de construtor de tensão — às vezes a luz diz mais que qualquer seta ou marcação no mapa.
Modelos e animações estão competentes mas poderiam ser melhores: Caroline transmite determinação na medida certa, e os inimigos têm presença para causar desconforto e perigo mas com visuais simples e até genéricos. Não é um título que busca competir com blockbusters por fidelidade foto realista; a estética escolhida privilegia leitura rápida dos espaços e foco na atmosfera.
No Xbox Series X|S, a versão que testei mostrou boa estabilidade: resolução nítida, tempos de carregamento curtos e FPS consistente — pontos importantes num jogo onde imersão e ritmo importam. Efeitos simples de reflexos e sombreamento completam o conjunto sem exageros, mantendo a identidade do jogo.
Em resumo: visual funcional e com personalidade — cumpre o papel de sustentar o terror sem precisar de “firulas” gráficas. É um trabalho de direção de arte consciente, que mantém o foco no medo e na exploração.
| Música/Som
O áudio em Tormented Souls 2 é parte essencial da imersão. A trilha sonora sabe quando aparecer e, principalmente, quando ficar em silêncio. São momentos de quase total ausência de som que mais causam tensão — aquele tipo de silêncio que te faz esperar o susto antes mesmo dele acontecer.
As músicas ambientes cumprem bem o papel de reforçar o suspense, sem se tornarem repetitivas. Quando surgem, entram com tons que aumentam a sensação de perigo por perto e sutis e calmo quando entramos em uma sala segura. Já os efeitos sonoros são precisos: portas rangendo, passos ecoando em corredores vazios e o estalar de lâmpadas criam o tipo de desconforto que o jogo precisa para funcionar.
O design de som também ajuda a guiar o jogador às vezes, é o ruído distante que denuncia um inimigo ou um objeto importante. Cumpre bem o papel e reforça a atmosfera sem cansar — o tipo de som que faz o coração trabalhar mais do que qualquer alarme de evacuação.
| Acessibilidade
Tormented Souls 2 apresenta um conjunto de recursos que tornam a experiência mais acessível e ajustável ao estilo de cada jogador. As legendas em português do Brasil são bem implementadas, com boa legibilidade e contraste — algo essencial em um jogo onde a escuridão faz parte da mecânica e da atmosfera.
Um dos pontos mais relevantes está nas opções de dificuldade, que variam desde o modo Casual até desafios mais intensos. Apesar de deixar o jogo mais acessível, o modo Casual pode acabar comprometendo a proposta de terror de sobrevivência: ele traz salvamentos automáticos a cada porta, munição em abundância e inimigos enfraquecidos, o que reduz a tensão característica do gênero.
Para quem busca a verdadeira experiência de survival horror, o ideal é jogar na dificuldade padrão, claramente pensada pelos desenvolvedores como o ponto de equilíbrio entre desafio e progressão. Já uma terceira dificuldade, mais extrema, só é liberada após finalizar o jogo pela primeira vez — um convite para quem quiser testar os próprios nervos.
Com menus simples, interface clara e recursos como salvamento em nuvem e suporte a múltiplos idiomas, Tormented Souls 2 garante conforto sem perder a essência do gênero. É acessível, mas sem abrir mão do que faz um bom terror funcionar: o risco constante de errar no escuro.
| Considerações Finais
Tormented Souls 2 é o tipo de sequência que entende o que os fãs esperavam: um retorno às origens do survival horror, com uma protagonista marcada por traumas e uma atmosfera que não alivia em momento algum. Mesmo com sua câmera fixa e ritmo mais cadenciado, o jogo entrega uma experiência sólida, tensa para quem gosta de se sentir constantemente em alerta.
Ele não tenta reinventar o gênero, mas aprimora o que já funcionava — puzzles desafiadores, exploração minuciosa e aquela sensação de vulnerabilidade que define um bom terror de sobrevivência. É o tipo de jogo que te faz pensar duas vezes antes de gastar uma bala ou atravessar um corredor escuro.
Para quem busca uma jornada acessível e quer só curtir a história, o modo casual cumpre o papel. Mas se a ideia é sentir o verdadeiro peso do terror e o risco de cada escolha, a dificuldade padrão é onde o jogo mostra o que tem de melhor.
No fim, Tormented Souls 2 não é apenas sobre sustos ou monstros — é sobre atenção, paciência e superação. A cada enigma resolvido e susto superado, fica a sensação de missão cumprida… quase como encerrar um dia de trabalho cheio de riscos, mas sem precisar abrir uma CAT no final.
| AVALIAÇÃO
| História: | |
| Visual: | |
| Áudio: | |
| Jogabilidade: | |
| Diversão: |
| OUTROS DETALHES
| VISUAL | Terceira pessoa |
| MODO DE JOGO | Single Player |
| TIPO | Outro |
| PLATAFORMAS | Xbox, Playstation, Pc |
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