Entre o Dragão e o Corvo: A Nova Era de Ninja Gaiden

Após longos anos desde o lançamento do polêmico Ninja Gaiden 3, a Team Ninja, em parceria com a Platinum Games e com distribuição da Xbox Studios, traz Ninja Gaiden 4. E se você é fã de Hack n’ Slash, pode se preparar para as novidades deste jogo, que prometem agradar muitos — e talvez desagradar um pouco os fãs mais antigos da franquia.

O jogo apresenta mudanças significativas no sistema de combate, além de trazer um novo protagonista, Yakumo, um ninja do Clã do Corvo. Mas se você está preocupado com o lendário Ryu Hayabusa, pode acalmar o coração: ele está no jogo, embora não como protagonista.

Vamos à review de uma das melhores franquias de Hack n’ Slash dos videogames?


HistóriaNada novo sob o céu

O jogo nos revela que, há muito tempo, o Dragão das Trevas, o mais jovem dos deuses dragões divinos, espalhou o caos pelo mundo. Despertado pelos demônios do submundo, o dragão corrompido fraturou a terra e mergulhou a humanidade no caos. O plano dos demônios acabou sendo frustrado pelos esforços de um único ninja: Ryu Hayabusa, um mestre com habilidades sobre-humanas que impediu as forças do mal inúmeras vezes. Nem mesmo o Deus Dragão foi páreo para ele, e a ordem foi restaurada no mundo.

No entanto, anos depois, um poderoso demônio e uma sacerdotisa misteriosa tentaram ressuscitar o Dragão das Trevas. Mais uma vez, Ryu se ergueu para eliminar a ameaça. Apesar de seus esforços heroicos, a carcaça do Dragão permaneceu, repleta de um poder imensurável alimentado pelas inúmeras vidas sacrificadas no ritual de invocação. Dessa carcaça jorrou uma torrente interminável de chuva amaldiçoada — um miasma pestilento que inundou Tóquio, transformando a cidade em uma paisagem infernal.

Para conter essa calamidade, Ryu trabalhou com a Ordem do Dragão Divino, uma organização militar autônoma que assumiu o controle da cidade e selou a carcaça do Dragão das Trevas. Ainda infestada por demônios, a Tóquio abandonada segue lutando contra o caos até os dias atuais.

É nesse cenário que somos apresentados a Yakumo, um jovem ninja destemido do Clã do Corvo. Sua missão é assassinar a sacerdotisa Seori e purificar o Dragão, cumprindo o dever de seu clã.

No entanto, há um certo rancor entre os Corvos, que continuaram lutando enquanto o Clã Hayabusa prosperava. Ao encontrar Seori, surge um conflito: o Clã do Corvo deve cumprir a profecia e matá-la, ou seguir o propósito secreto que ela revela?

Seori conta que, se morrer, os selos permanecerão intactos e a calamidade nunca cessará. Assim, propõe ajudar Yakumo a quebrar os selos para destruir o Dragão das Trevas de uma vez por todas.

A trama é simples, mas cumpre bem seu propósito: apresentar o novo protagonista, Yakumo. Não espere reviravoltas complexas ou uma narrativa densa. A missão é direta — retirar os selos e destruir o Dragão das Trevas.


Gameplay e HabilidadesAqui é onde o jogo Brilha!

É aqui que o jogo realmente brilha. Embora não seja idêntico aos títulos anteriores, a Platinum Games refinou e aprimorou vários aspectos, introduzindo novas mecânicas. Se você é fã da desenvolvedora, vai reconhecer influências de Metal Gear Rising e Bayonetta.

Yakumo é rápido e bem diferente de Ryu Hayabusa. Ele não possui Ninpo; em seu lugar, temos as habilidades do Corvo Sanguíneo, que aumentam o dano e quebram defesas inimigas. No entanto, seu uso é limitado por uma barra de energia que recarrega com o tempo.

Outra novidade é a barra de Frenesi, que permite um ataque devastador. O jogo também apresenta o Terminal Darknest, onde é possível comprar itens, acessar o banco de missões e falar com Umi, equivalente ao Muramasa dos jogos anteriores. Já o Tyran é o local onde compramos habilidades de combate.

Durante o jogo, Yakumo pode empunhar quatro armas:

  • Takeminakata – espada dupla inicial;
  • Yatousen – uma rapieira que, com o Corvo Sanguíneo, vira uma broca;
  • Magatsuhi – um bastão que pode se tornar um martelo;
  • Lage-Hiruko – braços mecânicos que atacam a curta e longa distância.

Ao desbloquear todas, a variedade de combos se torna quase infinita, incentivando o jogador a experimentar e dominar cada uma delas.

A gameplay é fluida e divertida, mantendo o espírito da franquia. No entanto, quem vem dos jogos antigos pode achar o nível de dificuldade menor, já que a progressão é mais rápida e o jogo oferece muitos recursos para facilitar a jornada — como itens automáticos após várias mortes ou a possibilidade de reduzir a dificuldade da fase.


Gráficos, Performance, Som e Acessibilidade

Graficamente, Ninja Gaiden 4 não traz um salto impressionante, mas também não decepciona. Ele entrega um visual sólido, ainda que distante de um primor técnico.

A performance, por outro lado, é excelente. Joguei no Xbox Series S e não tive qualquer problema, mesmo com dezenas de inimigos na tela. O combate é fluido, responsivo e digno de um bom Hack n’ Slash.

Alguns inimigos foram reaproveitados dos jogos anteriores — o que, longe de atrapalhar, faz sentido dentro da narrativa do novo despertar do Dragão das Trevas. Ainda assim, senti falta de uma maior variedade de inimigos.

A trilha sonora cumpre bem seu papel, mas não chega a ser memorável. Os sons dos golpes parecem ter menos impacto, talvez por escolha da equipe, já que Yakumo é um personagem mais leve e menos potente que Ryu.

Agora, falando de acessibilidade, o jogo dá um passo positivo. Ninja Gaiden 4 traz opções de legendas bem legíveis, com tamanhos ajustáveis e contraste adequado. Há também assistências de mira, auto-bloqueio e redução de velocidade de combate para quem precisa de um ritmo mais controlado. Além disso, o menu de opções visuais permite ajustar brilho, contraste e até filtros de cor, o que ajuda jogadores com diferentes níveis de visão.
No entanto, ainda faltam recursos de áudio descritivo e narração de menus, o que poderia ampliar o acesso para mais jogadores. Mesmo assim, é um avanço para uma franquia que antes não se preocupava tanto com inclusão.


Ryu Hayabusa e Chefes

Mesmo não sendo o protagonista, Ryu Hayabusa aparece — e sua entrada é simplesmente sensacional. Ele continua o ninja lendário de sempre, agora com novas habilidades e seus tradicionais Ninpos.

Você jogará cinco capítulos com Ryu, mas mantenha as expectativas controladas: alguns deles são praticamente batalhas contra chefes.

Falando nos chefes, eles aparecem, mas não são tão marcantes quanto nos títulos anteriores. O primeiro boss tem um visual incrível, mas, no geral, a falta de introduções ou contexto faz com que fiquem esquecíveis.


Considerações Finais

Ninja Gaiden 4 não veio para reinventar a roda, e sim revitalizar a franquia. A introdução de Yakumo cumpre esse papel, ainda que ele não tenha o mesmo carisma ou estilo de Ryu Hayabusa.

Senti falta de alguns elementos clássicos — como o arco e flecha, que sempre foi marcante, e das shurikens, que agora são praticamente descartáveis.

Após finalizar o jogo, um quadro de seleção de fases será disponibilizado, e acredite, é aí onde o jogo de fato brilhará mais que vampiro da saga crepúsculo e ficará gostoso, pois, além da seleção de fases, é possível escolher se você jogará com Yakumo ou Ryu Hayabusa. Eu estou jogando com o Ryu e acredite, o jogo se transforma. Se você assim como eu é um saudosista dos jogos antigos, esse modo te fará bem feliz. Outra dica de “diversão” para quem gosta é aumentar a dificuldade. Meus jovens, é aí que o cancão pia! Cada lapada recebida se torna uma lágrima! é aqui que filho chora e mãe não vê! Chefe bonzinho?? Esqueça! a apelação é nível Ninja Gaiden Classico, versão xbox 360! Cada habilidade adquirida faz uma diferença enorme!

Dito isso, recomendo: joguem! Eu finalizei o jogo e ainda estou longe de fazer 50% de tudo que o jogo oferece. o fator Replay até aqui está sendo muito satisfatório.
A franquia continua incrível, e a Platinum Games fez um trabalho decente e respeitoso.

O jogo está disponível em várias plataformas, inclusive no serviço Game Pass.

Espero que tenham gostado da análise — e aproveitem o jogo!


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Autor

  • Pai, Jogador e professor.
    Amante de jogos de luta e Card games. Iniciei minha história em arcade quando criança e sigo jogando até os dias atuais.

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