Wreckreation é uma carta de amor à era dourada dos jogos de corrida arcade, criada por veteranos de Burnout e Need for Speed. Com um mundo aberto de 400 km² e o sistema Live Mix, o jogo permite construir pistas em tempo real, misturando velocidade, destruição e criatividade. Apesar da liberdade absurda e da nostalgia bem dosada, o título sofre com falta de polimento, física inconsistente e um multiplayer desorganizado. Ainda assim, é uma experiência vibrante e promissora para quem quer brincar de arquiteto do caos sobre quatro rodas.
6 Motivos que fazem Wreckreation acelerar — e às vezes derrapar
- Liberdade criativa insana: o sistema Live Mix permite construir pistas e estruturas em tempo real, transformando o mapa em um playground gigante.
- DNA Burnout puro: a sensação de velocidade e destruição revive o espírito caótico de Burnout Paradise, com jogabilidade arcade viciante.
- Mundo aberto colossal: os 400 km² de MixWorld garantem espaço de sobra para experimentar — embora falte vida e densidade.
- Customização completa: desde o visual do carro até o som do motor, o jogo oferece liberdade total sem precisar desbloquear tudo na marra.
- Multiplayer criativo (mas bagunçado): o potencial de criar pistas com amigos é enorme, mas a falta de coordenação online atrapalha a diversão.
- Falta de polimento: menus incompletos, física inconsistente e um narrador insistente e uns bugs impedem o jogo de alcançar seu verdadeiro potencial.
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Wreckreation chega como aquele tipo de promessa que faz qualquer fã de Burnout e Need for Speed levantar a sobrancelha. Desenvolvido pela Three Fields Entertainment — um time formado justamente por ex-devs dessas franquias lendárias — o jogo se apresenta como um “MixWorld” de 400 km² onde correr, bater e construir são praticamente sinônimos. Na teoria, é o paraíso do caos criativo. Na prática… é um paraíso que ainda está em obras.
Logo de cara, o que mais impressiona é o sistema Live Mix. Esqueça menus, submenus e loading eterno: aqui, você literalmente pausa o tempo (ou algo parecido), sobe aos céus e começa a jogar rampas, loops e espirais diretamente no mapa — em tempo real. É quase um Minecraft sobre rodas com adrenalina de Burnout Paradise. Essa mecânica transforma o ato de dirigir em um experimento constante: o jogador é o arquiteto da sua própria insanidade.
Mas há um detalhe: o multiplayer, que deveria ser o coração pulsante dessa loucura coletiva, sofre com a imprevisibilidade humana. Criar algo colaborativamente soa genial — até você perceber que metade dos jogadores prefere estacionar o carro e ficar olhando o horizonte por horas. A ideia de “Hot Wheels digital” existe, mas, no momento, funciona melhor como sonho do que como realidade.
Sensação de velocidade e nostalgia bem dosadas
Dirigir em Wreckreation é pura nostalgia para quem cresceu com Burnout Paradise. Os carros deslizam fácil, as colisões são cinematográficas e a física parece mais preocupada em ser divertida do que realista. Há uma pegada arcade deliciosa aqui — o tipo de jogabilidade que não te cobra perfeição, só te pede pra acelerar e ver o mundo pegar fogo. Os desafios espalhados pelo mapa, os wreckord breakers e as sete categorias de performance mantêm o jogador em constante movimento.
A customização é outro ponto forte. O Mix My Car permite modificar cor, rodas, chamas do nitro, som do motor — praticamente tudo desde o início. Isso reforça a proposta de liberdade total, sem precisar grindar horas pra desbloquear o básico. E o rádio com 16 estações (incluindo integração com Spotify) fecha o pacote com um toque de personalidade que lembra os melhores tempos do gênero.
O lado B do sandbox
Nem tudo é destruição e glória. Apesar do tamanho, o mundo de Wreckreation é vazio e genérico — parece mais uma maquete gigante do que uma cidade viva. A falta de densidade torna a exploração um pouco fria, e o jogo carece daquele “charme” que fazia Burnout Paradise pulsar. A física, às vezes, se comporta como se tivesse tomado uns tapas de lag, e o narrador insistente faz você desejar um botão de “mute eterno”.
Há também um certo ar de acesso antecipado. Menus inacabados, inconsistências visuais e uma interface que parece mais um esboço do que produto final. O potencial é gigantesco, mas falta polimento — e isso transparece em cada curva.
Veredito: combustível de nostalgia, motor de criatividade
Wreckreation é um tributo honesto à era dourada dos jogos de corrida arcade. Um parque de diversões para quem gosta de misturar velocidade, destruição e criatividade em doses absurdas. Só não espere profundidade narrativa, progressão clássica ou aquele “mundo vivo” à la Forza Horizon — aqui, o foco é a bagunça criativa.
É um jogo para quem ama experimentar, rir dos próprios desastres e competir entre amigos no meio de construções impossíveis. Com algumas atualizações e suporte contínuo, pode sim se tornar o sucessor espiritual que Burnout Paradise merecia.
Por enquanto, Wreckreation é uma corrida promissora em pista improvisada — cheia de rampas, loops e quedas, tanto no bom quanto no mau sentido.
Potencial absurdo, diversão instantânea, mas precisa de mais tempo no pit stop. Eae, vai dar uma chance ao jogo?
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