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O jogos independentes frequentemente nos surpreendem com suas narrativas únicas e atmosferas gostosas, Creepy Tale: Ingrid Penance, desenvolvido pela Creepy Brothers Studio e publicado pela Sometimes You é mais um desses casos.

Ele oferece uma combinação fascinante de horror e conto de fadas sombrio, que se destaca pela sua estética e jogabilidade simples, porém envolvente. Este é o terceiro jogo da franquia Creepy Tale, mas não exige que você tenha jogado os títulos anteriores para entender a história.

Está jóia se destaca em meio a uma variedade de jogos independentes por sua abordagem minimalista e ao mesmo tempo pelo visual gráfico aterrorizante. A Creepy Brothers Studio tem um talento inegável para criar mundos grotescos e cheios de mistérios, e Ingrid Penance não foge à regra. Como a maioria dos jogos desse estúdio, ele é publicado pela No Gravity Games, uma distribuidora que tem dado bastante espaço para experiências narrativas singulares.

| TRAILER

| HISTÓRIA

A trama de Creepy Tale: Ingrid Penance gira em torno da personagem Ingrid, uma jovem fresquinha e arrogante que após cometer um grave pecado ( jogou o pão que ia levar para avó na lama porque não queria passar encima de uma poça e sujar os pés ). Por esse motivo ela é condenada a vagar por um mundo distorcido e macabro em busca de perdão, tipo o inferno.

A história é construída de maneira subjetiva, com pouca exposição direta de fatos e diálogos, o que abre espaço para interpretações pessoais, algo que eu, como jogadora, aprecio muito. Logo de início eu percebo que Ingrid não é uma heroína convencional. Ela está assombrada por suas ações passadas e precisa enfrentar as consequências em um cenário que mistura elementos de horror e fantasia. A ambientação, rica em detalhes, cria uma sensação de desconforto constante, e a cada nova fase, você se vê mais imersa nessa jornada cheia de simbolismos.

Embora o jogo seja relativamente curto, com uma duração média de quatro a cinco horas, ele consegue transmitir uma mensagem forte sobre culpa, redenção e sacrifício. O silêncio de Ingrid durante a maior parte da história, combinado com os visuais, contribui para um clima pesado, que captura nossa atenção do início ao fim. Para mim, essa abordagem muda a forma como nos conectamos com a personagem principal, tornando sua luta emocionalmente envolvente.

| JOGABILIDADE

Eu achei a jogabilidade simples e intuitiva, seguindo o estilo point-and-click. Eu controlei Ingrid enquanto ela explorava cenários sombrios e resolvia uma série de quebra-cabeças. Foi super interessante a forma como o jogo utilizou sua simplicidade para criar momentos intensos. Cada quebra-cabeça está bem integrado à narrativa, o que faz com que você se sinta parte da história e não apenas alguém resolvendo desafios sem sentido.

| IMAGENS

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| MENU E IDIOMAS

O menu de Creepy Tale: Ingrid Penance é básico e funcional, com fácil navegação entre as opções. O jogo de início não oferece suporte para todos idiomas. Apesar ele consegue transmitir bem suas mensagens e emoções por meio dos visuais e da atmosfera, minimizando a necessidade de texto.

Para quem jogar no console Xbox, os controles são diretos e bem mapeados. O jogo não exige reflexos rápidos, então a precisão não é um fator crucial aqui. Você usa basicamente o analógico esquerdo para mover Ingrid, o botão A para interagir com objetos e resolver quebra-cabeças, e o botão B para retroceder em algumas situações. Essa simplicidade funciona bem dentro da proposta do jogo, que foca mais na exploração e resolução de enigmas do que em combates ou desafios de habilidades.

| GRÁFICOS E ARTES

Os gráficos são sem dúvida, um dos pontos mais marcantes do jogo. Eles seguem um estilo artístico desenhado à mão, com uma paleta de cores escura e personagens estilizados que parecem ter saído de um pesadelo infantil. A arte cria uma atmosfera opressiva e perturbadora, o que combina perfeitamente com a proposta da história. Cada cenário é cuidadosamente detalhado, e a falta de diálogos é compensada pelos elementos visuais, que contam boa parte da narrativa.

O design dos personagens também merece destaque. Ingrid, por exemplo, tem um visual que reflete sua jornada de redenção, com roupas gastas e um semblante triste, que reforçam seu arrependimento e dor. As criaturas que ela encontra pelo caminho são grotescas e inquietantes, sempre contribuindo para o clima de suspense e desconforto. A ambientação parece viva, com pequenos detalhes que fazem cada tela valer a pena ser explorada em seu próprio ritmo.

Se os gráficos constroem a atmosfera visual de Creepy Tale: Ingrid Penance, o som é o que realmente completa a experiência. A trilha sonora é minimalista, mas eficaz. Ela raramente se destaca de forma dramática, mas está sempre lá, sutilmente, para aumentar a tensão nos momentos certos. Os efeitos sonoros são de alta qualidade, desde os passos de Ingrid no chão de madeira rangente até os gritos distantes que ecoam pelos cenários escuros. Tudo isso cria uma sensação de desconforto que te prende ao jogo. Uma coisa que eu particularmente apreciei foi o uso inteligente do silêncio. Muitas vezes, o jogo opta por deixar apenas os sons ambientes conduzirem a experiência, o que, em um jogo de horror psicológico, é extremamente eficaz. Isso contribui para uma imersão profunda, onde cada som ou ausência de som tem um peso significativo.

| CONSIDERAÇÕES FINAIS

Foi uma experiência única no mundo dos jogos indie, especialmente para aqueles que apreciam narrativas ricas em simbolismos e atmosféricas. Embora não seja um jogo de ação ou com quebra-cabeças extremamente desafiadores, ele cumpre o que propõe com maestria: contar uma história perturbadora e emocional em um cenário visualmente arrebatador.

Do ponto de vista de uma gamer, o que realmente me conquistou foi a forma como o jogo combina simplicidade e profundidade. Ele não precisa de diálogos extensos ou mecânicas complexas para entregar uma experiência impactante. Cada escolha artística, seja nos gráficos, som ou jogabilidade, está bem alinhada com a proposta do jogo.

Se você é fã de jogos com atmosferas densas, narrativas subjetivas e uma estética sombria, Creepy Tale: Ingrid Penance definitivamente vale a pena ser jogado. No final das contas, ele nos lembra que, às vezes, as histórias mais profundas e marcantes vêm de lugares inesperados, como um conto sombrio de horror e redenção.

| AVALIAÇÃO

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Visual ;
Áudio;
Jogabilidade;
Diversão ;
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| OUTROS DETALHES

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MODO DE JOGO;SINGLE-PLAYER
CONQUISTAS;27
TIPO;POINT AND CLICK
TEMPO PARA 1000G;5 HORAS
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Autor

  • Um dos meus hobbys preferidos é jogar e desde 2010 minha plataforma preferida é o Xbox. Ah! Falou em conquistas, falou comigo. Curto uma variedade de gêneros de jogos, desde jogos de estratégia até RPGs e jogos de ação. Gosto de desfrutar os jogos tanto sozinha quanto em grupo, conectando-me com outras pessoas por meio de minha paixão, o mundo gamer.

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