Tempo de leitura estimado: 4 minutos
Nem todo jogo precisa de tiroteio, loot ou um final épico pra dizer algo. A Dream about Parking Lots é prova disso, uma viagem curta, estranha e introspectiva, onde o maior inimigo é o labirinto da própria cabeça. E, ironicamente, também o estacionamento.
Sobre A Dream about Parking Lots em pontos:
- Walking simulator narrativo e experimental.
- Curto, cerca de 30 a 45 minutos de gameplay.
- Ansiedade, rotina e a sensação de estar perdido.
- Visual retrô low-poly com som atmosférico e minimalista.
- Reflexão psicológica, não ação ou desafio.
- Conquistas fáceis (1000G rápido no Xbox).
Se só esses 6 pontos não saciaram a curiosidade… siga lendo a nossa review!
| Um sonho que parece real demais
Você acorda em um estacionamento vazio, cercado por carros idênticos e uma névoa incômoda. Seu único objetivo? Encontrar o seu carro. Parece banal, mas logo percebe que essa repetição esconde algo mais profundo, uma metáfora sobre ansiedade, perda e a busca por controle em meio ao caos mental.
Enquanto vaga por esses labirintos de concreto, um diálogo constante com um terapeuta vai desconstruindo o sonho, e o jogador junto. Não há sustos nem explosões, só reflexão. E talvez uma pontada de desconforto existencial.
| Gameplay: andar, pensar e… andar de novo
A Dream about Parking Lots é o que muitos chamariam de walking simulator, mas seria injusto parar aí. Ele usa a frustração mecânica como parte da narrativa: o movimento lento, o bipe fraco do chaveiro e o cenário sem fim são instrumentos de ansiedade cuidadosamente calculados.
Não há combate, nem inventário. Só você, o som de passos e o silêncio desconfortável entre uma tentativa e outra de achar o carro certo. É o tipo de jogo que não quer te divertir, quer te fazer sentir algo. E nisso, ele acerta em cheio.
| Visual e som: simplicidade que incomoda (de propósito)
O visual low-poly parece saído de um pesadelo de PlayStation 1, e isso é um elogio. O filtro nebuloso, a iluminação irreal e o design minimalista te colocam num limbo entre sonho e déjà vu.
A trilha sonora, com pianos suaves e ruídos ambientais, completa o quadro com uma melancolia calma, quase terapêutica.
É simples, mas tudo está ali pra reforçar o desconforto. E sim, funciona.
| O peso do silêncio
A força do jogo está no que ele não diz diretamente. O diálogo com o terapeuta abre espaço pra interpretações sobre ansiedade, rotina e identidade, temas universais, especialmente em tempos de burnout coletivo.
Pra alguns, é catártico. Pra outros, só uma caminhada lenta num estacionamento infinito. E tudo bem: é exatamente essa dualidade que o jogo abraça.
| Prós e Contras
O que brilha:
- Narrativa profunda e reflexiva
- Estilo visual e sonoro coeso
- Atmosfera onírica e provocante
- 1000G fácil pra caçadores de conquistas
O que cansa:
- Extremamente curto (30 a 45 min)
- Jogabilidade mínima
- Movimento lento e repetitivo
- Zero rejogabilidade
| Veredito do autor
A Dream about Parking Lots não quer ser divertido. Quer ser lembrado. É uma pequena peça de arte digital, que transforma a banalidade de um estacionamento em espelho psicológico.
Se você busca tiros, puzzles complexos ou ação, passe longe. Mas se curte experiências experimentais como Gone Home ou What Remains of Edith Finch, prepare-se pra uma versão mais curta, mais seca e talvez mais incômoda.
É o tipo de jogo que não ocupa espaço no HD, mas ocupa um tempinho na cabeça depois que termina.
Uma experiência estranha, curta e brilhantemente humana e, com toda certeza, não pra todos os públicos…
Aviso: 1000G super fácil por um preço baixo para quem está colecionando pontinhos…
E você, vai encarar esse estacionamento dos sonhos? Conta aí nos comentários: tá mais curioso pela experiência existencial… ou pelos 1000G fáceis?
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